Mastectomia masculinizadora pelo plano de saúde: valor, cobertura e informações sobre a cirurgia

Mastectomia masculinizadora pelo plano de saúde: valor, cobertura e informações sobre a cirurgia

Mastectomia masculinizadora pelo plano de saúde

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Entenda como é a mastectomia masculinizadora, qual o valor da cirurgia e quando a cobertura do procedimento é obrigatória pelo plano de saúde

A mastectomia masculinizadora - também conhecida como mamoplastia masculinizadora - é a cirurgia de retirada dos seios com o objetivo de tornar o tórax anatomicamente masculino.

Juntamente com a terapia hormonal, a mastectomia é o caminho para homens transexuais assumirem, definitivamente, formas mais masculinas.

Isto porque a presença dos seios, para muitos homens trans, é o principal vínculo com a feminilidade. 

Porém, para aqueles que necessitam deste procedimento cirúrgico, nem sempre é simples conseguir realizá-lo, sobretudo pelo plano de saúde.

É comum as operadoras se recusarem a cobrir a mastectomia masculinizadora alegando, por exemplo, tratar-se de uma cirurgia prioritariamente estética. 

Há situações, ainda, que negativa é baseada no Rol de Procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde), já que a mastectomia consta na listagem de cobertura obrigatória apenas para tratamento decorrente do câncer de mama.

No entanto, em ambos casos, a recusa é ilegal e pode ser contestada na Justiça.

Diversas decisões judiciais confirmam o direito de homens transexuais de realizar a mastectomia masculinizadora pelos planos de saúde.

E, neste artigo, vamos te dar mais informações sobre a cirurgia e como obter a cobertura pelo convênio médico. 

Continue a leitura e entenda:

O que é a mastectomia masculinizadora?

A mastectomia masculinizadora é a cirurgia de retirada da glândula mamária com o objetivo de transformar o tórax feminino em masculino.

Também chamada de mamoplastia masculinizadora, esta é uma cirurgia de afirmação de gênero para homens transexuais.

Ela pode ser realizada a partir de várias técnicas, sendo a maior parte minimamente invasivas, com a remoção do tecido mamário ao redor da aréola.

Geralmente, mastectomia masculinizadora é uma cirurgia rápida, que leva cerca de uma hora e meia. Ela é feita com anestesia raquidiana ou geral e a internação dura dois dias.

Qual é o preço da mastectomia?

Mastectomia masculinizadora pelo plano de saúde

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O preço da mastectomia masculinizadora muda conforme a técnica escolhida pelo cirurgião, o local de realização e os honorários médicos.

Mas, de modo geral, o custo médio da cirurgia, atualmente, varia de R$ 15 mil a R$ 30 mil no Brasil.

Quando o plano de saúde é obrigado a custear a cirurgia?

Sempre que houver recomendação médica, o plano de saúde deve custear a realização da mastectomia masculinizadora para homem transexual.

Este é um procedimento cirúrgico que complementa a transição do feminino para masculino, sendo indispensável para o direito de viver conforme a identidade de gênero. Portanto, não pode ser visto como uma cirurgia meramente estética.

Além disso, a mastectomia é um procedimento previsto no Rol de Procedimentos e Eventos da ANS, apesar de ter sido listada apenas como um desdobramento do câncer de mama.

Ainda assim, é uma cirurgia reconhecida pela agência reguladora, que não pode ser negada pelos planos de saúde somente porque o paciente não atende às diretrizes impostas no rol.

Caso haja a recusa, a Justiça pode garantir a cobertura da mastectomia masculinizadora ao homem trans.

“O homem transexual pode fazer a retirada das mamas pelo plano de saúde. Existem decisões judiciais determinando a cobertura desse procedimento. Não se trata de uma situação estética, não se trata de um procedimento supérfluo. Existe, sim, a obrigação dos planos de saúde e, como disse, existe uma jurisprudência determinando o custeio deste tipo de procedimento”, explica o advogado especialista em Direito à Saúde, Elton Fernandes.

O que fazer se o plano recusar o custeio da mastectomia masculinizadora?

É seu direito buscar a custeio da mastectomia masculinizadora pelo plano de saúde na Justiça.

Para isto, é importante contar com o auxílio de um advogado especialista em Saúde, que conheça as regras do setor e saiba manejar a ação de modo que você não precise esperar até o final do processo para realizar a cirurgia.

“É possível buscar uma ordem judicial com pedido de liminar a fim de permitir que você não precise esperar todo o processo se encerrar, sobretudo se você está dentro de uma situação psicologicamente abalada, se você já fez a transição de gênero e, claro, não quer ficar com um corpo com o qual você não se reconhece. É seu direito enquanto ser humano e ninguém pode agir de uma forma preconceituosa, aviltando direitos”, ressalta Elton Fernandes.

Confira, no vídeo abaixo, como funciona uma ação com liminar: 

Dá para dizer que essa ação é causa ganha?

Nunca se pode afirmar que se trata de “causa ganha”. E, para saber as reais possibilidades de sucesso de sua ação, é fundamental conversar com um advogado especialista em Direito à Saúde para avaliar todas as particularidades do seu caso, pois há diversas variáveis que podem influir no resultado da ação, por isso, é necessário uma análise profissional e cuidadosa.

O fato de existirem decisões favoráveis em ações semelhantes mostra que há chances de sucesso, mas apenas a análise concreta do seu caso por um advogado pode revelar as chances de seu processo. Portanto, converse sempre com um especialista no tema.

É possível realizar a mastectomia masculinizadora pelo SUS?

Sim. A mastectomia masculinizadora é um procedimento realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), geralmente, em centros especializados.

A realização da cirurgia em homens transexuais no SUS, porém, ocorre após o cumprimento de algumas etapas:

  • Primeira: consulta em posto de saúde ou ambulatório com médico especialista (é necessário ter mais de 21 anos para iniciar o processo);
  • Segunda: acompanhamento com equipe multidisciplinar do SUS durante 2 anos, no mínimo;
  • Terceira: atender aos pré-requisitos anteriores para entrar na fila de espera das cirurgias trans pelos SUS;
  • Quarta: aguardar ser chamado para a realização das mastectomia masculinizadora pelo SUS - tempo de espera médio é de 8 anos.

E, assim como ocorre com os planos de saúde, se o SUS recusar o custeio da mastectomia masculinizadora também é possível buscar a realização da cirurgia no sistema público através da Justiça.

Converse com um advogado especialista em SUS para saber como agir neste caso.

Se você ainda tem dúvidas sobre a cobertura da mastectomia masculinizadora pelo plano de saúde, fale conosco. A equipe do escritório Elton Fernandes – Advocacia Especializada em Saúde atua em ações visando a cobertura de medicamentos, exames e cirurgias, casos de erro médico ou odontológico, reajuste abusivo, entre outros.

 

Escrito por:

Autor Elton Fernandes

Elton Fernandes, advogado especialista em ações contra planos de saúde e professor de pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar da USP de Ribeirão Preto, da Escola Paulista de Direito (EPD) e do Instituto Luiz Mário Moutinho, em Recife.

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